segunda-feira, 23 de abril de 2007

DEFICIENTE VISUAL USA TECNOLOGIA PARA SUPERAR LIMITES NO DIA-A-DIA

A.A.I., 46 anos, dividia o seu tempo entre o emprego de auxiliar de enfermagem e o bico como motorista de táxi. Até sofrer um descolamento de retina e perder a visão totalmente, há oito anos. Impossibilitado de exercer a profissão, encontrou na tecnologia uma maneira de reconquistar a independência.
Ele trabalha no computador montando kits de telemensagens, aqueles recados que podem ser enviados para parentes e amigos em ocasiões especiais. Assim, complementa a renda da aposentadoria.
O trabalho do aposentado é possível graças ao Virtual Vision, programa que lê os textos que aparecem na tela do micro e dita os comandos que são acionados, como "abrir janela" no Windows.
A influência do mundo digital na vida de A.A.I., no entanto, vai muito além do seu negócio. Interessado, pesquisa sobre novidades tecnológicas na internet e adquire o que o seu orçamento apertado permite. Um software especial "lê" em voz alta os conteúdos dos sites para ele.
Nas tarefas do dia-a-dia, ele conta com o auxílio do micro, além da bengala, para se guiar. "Se preciso ir para algum lugar, tenho como puxar o endereço pela internet, entro em um site de guia da cidade e procuro o melhor caminho. Tudo isso são coisas que ajudam a pessoa com deficiência e qualquer outra pessoa."
A tecnologia, amiga do dia-a-dia, é também uma fonte de esperança para o deficiente em relação ao futuro. "Eu acredito que, daqui a alguns anos, uma pessoa que tem o mesmo problema que eu, que é descolamento de retina, vai poder enxergar por meio de um chip de computador. Já tem alguma coisa assim sendo desenvolvida."
(O Estado de S. Paulo – Informática – Silvia Campos - 15/11/04)

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